Transtornos causados pelas chuvas são "tradição" em bairros da RMR
Em Afogados, o lixo é o maior inimigo dos moradores da Rua Potiraguá. Os resíduos entopem a galeria de águas pluviais, o que prejudica o escoamento da chuva. Para evitar os prejuízos, os moradores passaram a construir muretas na entrada das casas, com o objetivo de evitar a invasão de água e lama nas residências. Morador da via há mais de 20 anos, o aposentado Manoel Ferreira, 67 anos, reclama que a população precisa ser mais educada e denuncia os garis que fazem a varrição da rua. “Eu já vi e reclamei, inclusive, do pessoal da prefeitura (do Recife) que varrem aqui e empurram o lixo para a galeria. Assim não tem limpeza que dê jeito”, avaliou.´
Moradores controem barreiras para evitar a invasão das águas da chuva em Afogados
A reportagem do NE10 entrou em contato com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) a respeito dos serviços inadequados de varrição e retirada do lixo na Rua Potiraguá. A Emlurb informou que investigará a denúncia e, caso seja constatada a irregularidade, tomará medidas administrativas cabíveis. A empresa ainda esclarece que a varrição na rua é realizada todas sextas-feiras.
Já em Olinda, os moradores da Estrada de Aguazinha e da Rua Santo Amaro, em Aguazinha, reclamam que a gestão municipal prometeu calçar as duas vias e implantar sistemas de drenagem. Segundo eles, quando chove a água entra na casa das pessoas levando lixo e lama. Além disso, os pontos de alagamento tornam a comunidade alvo de infestação de insetos, como baratas e escorpiões. “A água da chuva já entrou na minha casa e destruiu meu sofá. Quando chove o povo acorda e vai pra rua tentar evitar prejuízos. Já teve criança que morreu depois de ser picada por escorpião”, contou o vidraceiro Gilson Santos, 36, que há duas décadas mora na Estrada de Aguazinha.
Sobre o calçamento das ruas da localidade, a Prefeitura de Olinda divulgou em janeiro deste ano que 80 ruas nos bairros de Aguazinha e Sapucaia receberiam esgotamento sanitário, pavimentação, drenagem e abastecimento de água. Além da construção de áreas de lazer e pontes. A requalificação da calha do riacho Lava Tripa, que cruza a região, também foi prometida. “Eles chegaram a alugar uma casa onde a empresa responsável pela obra guardaria os materiais de construção, mas eles até já entregaram o imóvel e não fizeram nada”, retrucou Gilson.
O lixo também é causador dos alagamentos no bairro de Aguazinha
Próximo de lá, em Peixinhos, o caos afeta crianças que estudam numa escola particular na Rua 25 de dezembro. Após as chuvas desta madrugada, por exemplo, os moradores e comerciantes da área precisaram contratar um trator que limpasse o canal que cruza o local. Supervisora da unidade de ensino há cinco anos, Janaína Ferreira, de 36 anos, disse que não precisa ser inverno para que todas sofram com alagamentos. Por diversas vezes, por sinal, as aulas tiveram que ser teve que suspensa porque os alunos não conseguem à escola.
Moradores fizeram cotinha para limpar canal, supostamente, negligenciado pela prefeitura
Em todas as localidades visitadas pela reportagem do NE10, o medo do que está por vir com a chegada do inverno impera. Ainda sem saber se será um período rigoroso ou com estiagem, os moradores das localidades com “nomes de água” se preocupam com os prejuízos que a chuva pode causar. “Ninguém sabe como vai ser o inverno, mas a gente sabe que vai esquentar muito a cabeça”, resumiu Manoel Ferreira, moradores de Afogados.
Ainda foi prometido pela gestão que mais de 70 ruas nos bairros de Aguazinha e Sapucaia serão urbanizadas com os serviços de esgotamento sanitário, pavimentação, drenagem e abastecimento de água. A licitação foi concluída e a empresa que executará os serviços visitou a região. Um cronograma de obras está sendo elaborado
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