Cidadão repórter »Faltam calçadas no passeio público do Jordão
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Único espaço para passagem nas vias é bastante curto e entre as residências e a pista há uma vala aberta onde escorre esgoto. Foto: Mariana Fabrício/Esp.DP/D.A Press |
O aposentado José Roberto, 52 anos, mora há 30 anos na rua Dr. Álvaro Ferraz e conta que se sente inseguro em estar na frente de sua casa pelo pouco espaço que existe. Roberto é cadeirante e costuma ficar todas as tardes “olhando o movimento” na calçada que mandou construir antes de morar no local. Para sair, ele precisa utilizar a garagem do vizinho. A dificuldade é diária. “Eu queria poder ficar mais tranquilo aqui, mas não me sinto seguro. Além de não ter espaço suficiente, os carros ainda passam na maior velocidade”, afirma.
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José Roberto, 52 anos, teve que mandar construir a sua própria calçada para garantir a acessibilidade. Foto: Mariana Fabrício/Esp.DP/D.A Press |
Além do medo de caminhar pela pista, os transeuntes também temem pela falta de sinalização. “Aqui é horrível para atravessar. Já fizemos um abaixo assinado no bairro e entregamos para a Prefeitura, mas nada foi feito. Pedimos apenas que lombadas fossem construídas ou que colocassem algum sinal”, justifica o mecânico José Arruda, 33 anos.
Outro problema provocado pelas canaletas abertas é o alagamento. No inverno a água do canal transborda e invade as casas. Como prevenção, as pessoas constroem pequenos muros nos portões. “Com qualquer chuvinha ninguém sai de casa. A rua vira um lago e acaba entrando. Já perdi alguns móveis por causa disso. Moro aqui há quarenta anos e acho que essa situação não tem mais jeito, vai ser sempre assim mesmo”, lamenta a dona de casa Maísa Sales, 64 anos.
Já a rua Alberto Lundgren, por estar localizada próximo ao terminal do bairro, o movimento de veículos é intenso, principalmente de ônibus. Em toda extensão há diversas paradas, mas subir nos coletivos torna-se um transtorno para os passageiros, pois a maioria dos pontos fica bem próximo às valas abertas. “Isso aqui atrapalha demais. Sinto muito medo de atravessar. A gente precisa ficar distante da parada para não cair nesse buraco porque já teve bastante acidente até mesmo com gente idosa”, alerta a estudante Camila Lima, 19 anos.
De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), as canaletas fazem parte do sistema de água pluvial e o esgoto encontrado no local é derivado de ligações feitas pelos moradores. Segundo a assessoria do órgão, foram construídas placas de acesso às moradias, mas algumas foram quebradas por veículos pesados. A Emlurb ainda afirmou que está fazendo um estudo para uma nova forma de gerir o sistema de água pluvial. “As tampas de concreto serão colocadas em toda extensão da via de forma que não prejudique a ação de limpeza nas canaletas e que traga mais segurança e conforto aos moradores”, acrescentou em nota.
Sobre a sinalização nas duas ruas citadas, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), informou que um representante da comunidade deverá ir até a Companhia para solicitar pessoalmente o serviço. A CTTU fica localizada na rua Frei Cassimiro, n° 91, no bairro de Santo Amaro. O atendimento também pode ser feito através do telefone 0800.81.1078.
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