Outras palavras...

Este é o blog do movimento de luta pelo revestimento do canal do jordão. Desde 1999 lutando para acabar com as enchentes do bairro do Jordão. Aqui você encontra toda a verdade sobre o revestimento do canal do Jordão. Pesquise e veja que essa obra só saiu por causa da nossa luta e nossa amizade com o partido dos trabalhadores (PT) no qual Dilson Protético foi filiado.


Estamos acompanhando as obras do canal do Jordão desde o seu início até o final. Queremos agradecer ao Governo do Estado, em especial a secretaria das cidades, através da CEHAB, pelo início desta obra. O movimento de luta pelo revestimento do canal do Jordão vem lutando por esse sonho e só através de um governo popular, estamos vendo ele sair do papel. Além das obras do canal, você pode ver as postagens antigas, que mostra como conseguimos esta obra. Este blog é seu, divulgue-o.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"SE BARREIRAS TIVESSE O MESMO INVESTIMENTO QUE A ARENA PERNAMBUCO TEVE, NINGUÉM MORRERIA COM DESLIZAMENTOS"

GRANDE RECIFE // BARREIRA

Moradores do Jordão à espera de apoio após deslizamento

Publicado em 19.08.2013, às 17h09

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Duas pessoas morreram após o deslizamento nesse domingo
Foto: Clemilson Campos/JC Imagem

Amanda MirandaDo NE10
Um dia depois do deslizamento de barreira que fez duas vítimas fatais no bairro do Jordão, no limite entre a Zona Sul do Recife e o município de Jaboatão dos Guararapes, moradores das casas que foram interditadas pela Defesa Civil da capital pernambucana ainda não sabem se conseguirão um novo lar. Até a manhã desta segunda-feira (19), 14 famílias haviam sido retiradas da área da encosta.

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Julia, a mãe e seis irmãos viviam na casa havia mais de uma década (Foto: Amanda Miranda/NE10)

A família da estudante Julia Aparecida Ferreira Ramos, de 15 anos - a segunda vítima fatal do desmoronamento -, é uma das que não sabem o próprio destino. Além dela, moravam na casa destruída pela barreira a mãe dela e outros seis irmãos, todos hoje abrigados na casa de parentes que vivem no Grande Recife na noite desse domingo (18). De acordo com uma das tias da garota, Eliane Ferreira Ramos, a família ainda não decidiu onde vai morar, já que a casa  foi destruída com a queda da barreira.

A churrascaria e lanchonete Paraná, que fica parte no Recife parte em Jaboatão dos Guararapes, teve uma parede derrubada pela barreira. Seus donos não receberam informações sobre a qual prefeitura devem recorrer. "Um órgão passa a responsabilidade para o outro. Nenhum responde com certeza. E a minha preocupação é que os meus pais dependem disso para tudo", afirmou o comerciante Rafael Parizotto, filho dos proprietários do restaurante. A mãe, o pai e uma irmã vivem ao lado da churrascaria e também tiveram a casa atingida pela encosta.
churrascaria
Uma das paredes da churrascaria foi destruída. A casa onde os proprietários moravam também (Foto: Amanda Miranda/NE10)
Embora o endereço que aparece nas contas do estabelecimento seja de Jaboatão, a Defesa Civil da cidade diz o contrário: o mapa mostra que a área é da capital pernambucana e que a Prefeitura do Recife faz uma análise equivocada sobre as casas registradas. Desde domingo, representantes das duas cidades se reúnem para definir quais serão as providências tomadas por cada uma.
Duas casas vizinhas à da desempregada Amara Helena da Silva, 57, no alto da barreira que deslizou, foram interditadas. Lá, moravam dois dos seus dois filhos. Apenas ela pode ficar na casa onde mora há pelo menos 30 anos, porém não foi autorizada a passar a noite no local. Se chover muito, precisará sair. "Não tenho condições de alugar outra casa. O maior sentimento de perda da minha vida vai ser se me tirarem desse lar que tive que construir com tanto esforço. Estou à espera de uma resposta", afirmou.
Amara teve primeiro uma casa de tábuas próximo à barreira e, apesar de ser uma área de risco, afirma não temer novos acidentes. A filha dela, Joana Batista, ao contrário, já deixou a casa há cerca de um mês, com medo de deslizamentos.

AMARA 
Amara construiu, há 30 anos, uma casa de madeira. Há 15 anos, conseguiu erguer paredes de tijolos (Foto: Amanda Miranda/NE10)

DEFESA CIVIL - Enquanto os dados sobre a localização exata das casas não são confirmados, Recife e Jaboatão dos Guararapes atuam na retirada de terra, entulhos e árvores da área. Em nota, a Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife informou que dez engenheiros e técnicos de edificação fazem, nesta segunda-feira, vistorias na área e indicam as árvores a serem cortadas para minimizar o risco no local. Dois geólogos e um arquiteto realizam o mapeamento da área e a avaliação do tipo de solo. Ao todo, 38 agentes operacionais removem os entulhos da área.

DENÚNCIA - Para a tia de Julia, essa foi uma tragédia anunciada. "A mesma barreira desabou há seis meses e a Prefeitura (do Recife) prometeu construir um muro para evitar um perigo maior. Não voltou depois", afirmou. Joana Batista disse que nem a lona foi colocada este ano. "Somos esquecidos aqui. Ao longo do ano, não vêm aqui, só depois que acontece a desgraça. O problema é que não tem mais jeito."

Em resposta, a Defesa Civil do Recife afirmou que "informação de que a área não era considerada de risco não procede, tanto que ações preventivas foram realizadas na área, como serviços de capinação e colocação de lonas plásticas em outros pontos da barreira para reduzir o impacto das chuvas."

O DESLIZAMENTO - Depois de uma madrugada de chuva, nesse domingo, a barreira localizada às margens da BR-101 não aguentou o acúmulo de água e desmoronou em cima da casa de Maria José Ferreira Ramos, conhecida no local como Danda. A moradora havia saído para trabalhar com cinco dos sete filhos que vivem com ela e, por isso se salvou. A filha mais velha, Julia, foi soterrada e morreu. Irmã de Julia, Vitória, de 4 anos, ficou ferida e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lagoa Encantada.

O sepultamento da adolescente será realizado nesta terça-feira (20), no município de Sertânia, no Sertão, onde a família da mãe da garota mora. Através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, a Prefeitura do Recife pagou as despesas do funeral e do transporte dos familiares até o interior e disponibilizou roupas, colchões e alimentos para os irmãos da estudante.

Além de Julia, um bebê de 15 dias de vida que estava com a mãe visitando a família morreu. Após o deslizamento, a mãe dele, Josenilda Ferreira Ramos, 28, ficou com parte do corpo sob a terra e a criança nos braços. O comerciante Rafael Parizotto participou do resgate do bebê, mas não sabe se ele foi retirado com vida do colo de Josenilda. "Só lembro que ele estava preto. Não tive tempo de ver se estava vivo ou não; corri com ele para tentar salvá-lo, mas ele já chegou ao hospital morto."
"OPINIÃO DO BLOG DO CANAL DO JORDÃO"
ENQUANTO O PREFEITO GERALDO JÚLIO FICAR NESSA DE ESPERAR  QUE TRAGÉDIAS ACONTEÇAM, O POVO VAI CONTINUAR MORRENDO. O PREFEITO SÓ APARECE DEPOIS QUE O PIOR JÁ TEM ACONTECIDO. ACORDA GERALDO JÚLIO!

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Dilson Martins